Hoje quero conversar sobre um
assunto que tem sido muito debatido nas últimas semanas: a descriminalização do
aborto no Brasil. Afinal de contas, o cristão pode apoiar essa prática?
A resposta é NÃO! O cristão não pode apoiar o aborto. Por quê? Porque Deus fez da vida humana uma coisa sagrada, e ela não pertence a nós.
“Antes de formá-lo no ventre materno, eu já o conhecia; e, antes de você nascer, eu o consagrei e constituí profeta às nações.” (Jeremias 1:5)
“A ti me entreguei desde o meu
nascimento; desde o ventre de minha mãe, tu és o meu Deus.” (Salmos 22:10)
Talvez você questione: “Mas, a
proposta de lei diz que os abortos só seriam permitidos até a 12ª segunda
semana de gravidez. Os cientistas dizem que só depois desse período é que um
feto começa a ter atividades cerebrais e passa a ter noção de que é um ser
vivo”.
Na Bíblia vemos claramente que
Deus é provida, e por isso jamais iria aprovar a morte de um bebê,
independentemente de sua idade ser contada em horas ou em meses.
Veja abaixo uma pesquisa que saiu na revista Super Interessante:
“Determinar quando tem início a
vida é uma das questões mais espinhosas e escorregadias da atualidade. Ao redor
desse enigma, gravitam grandes dilemas éticos, como a questão do aborto e a
pesquisa com células-tronco. Se embriões são seres humanos, é aceitável
sacrificar embriões para descobrir a cura de algumas doenças? A interrupção da
gravidez deve ser um crime ou um direito universal? Diante dessas perguntas, a
maior parte das pessoas corre para campos opostos; fé ou ciência. O feto é
obviamente humano; afirma o biólogo José Roberto Goldim, professor de bioética
da UFRGS. A questão é decidir quando ele se torna uma pessoa com direitos, e
isso não pode nem deve ser estabelecido pela ciência. A opinião de Goldim faz
sentido, até porque a ciência não tem apenas uma resposta, mas várias. No
processo de desenvolvimento embrionário, há cerca de 20 etapas que, segundo os
cientistas, podem ser apontadas como o momento em que o feto se torna um
indivíduo. O primeiro desses momentos é a fecundação, quando espermatozoide
e óvulo se combinam para gerar um novo código genético. É na concepção que se
forma um novo indivíduo, diferente de seu pai e de sua mãe, e que vai se
desenvolver até a morte, afirma o padre Berardo Graz, coordenador da Comissão
Regional em Defesa da Vida, em São Paulo.”
Como você acabou de ler, o feto é uma vida, é um ser humano criado à imagem de Deus, é uma pessoa que será tão pessoa quanto qualquer um. O detalhe é que ainda está em fase embrionária, mas isso não invalida o fato de ser uma pessoa. Um bebê não é menos gente do que um adulto, e um embrião não é menos gente do que um bebê. Se as pessoas pró aborto vissem um rosto talvez mudassem de ideia. A Bíblia é muito clara quando diz que a vida humana começa assim que o espermatozoide fecunda o óvulo. Veja o que o salmista disse no Salmo 139:13-16:
“Tu criaste o íntimo do meu ser
e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo
especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Disso tenho plena certeza.
Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e
entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião todos os dias determinados para mim foram escritos
no teu livro antes de qualquer deles existir”
Isso mostra que o cristão que apoia
o aborto está indo contra a vontade de Deus, porque Ele nos ama desde o ventre
da nossa mãe. Há abortos aprovados pelas leis de alguns países, como em caso de
estupro. Enquanto o estupro faz uma vítima inocente - a mãe - o aborto faz
outra vítima inocente: a criança. No início tínhamos apenas uma vítima, depois
temos duas. A criança é tão inocente quanto a mãe. Matar a criança é penalizar
a pessoa errada.
Há três casos em que o aborto é
permitido hoje no Brasil: o primeiro é o risco de morte da mãe; o segundo é a
gestação de um feto sem cérebro - chamado de feto anencefálico, e o terceiro é
a gravidez por conta de um estupro.
Aborto por causa
de risco de morte
O caso em que a mãe corre risco
de morte talvez seja a única possibilidade de um cristão concordar com o
aborto. Como eu havia dito antes, Deus ama a vida e não deseja que uma mãe
morra para que seu filho possa nascer. Então acredito que nesses casos em que a
mulher pode não sobreviver, a decisão deve ser tomada entre a família. Mas antes de qualquer decisão, a mulher e sua
família devem orar e apresentar àquele que pode reverter qualquer caso: Jesus
Cristo. Não foi Ele quem fez os cegos enxergarem, os aleijados voltarem a andar
e até ressuscitou pessoas que já estavam mortas? Então confie, pois Ele pode
mudar qualquer diagnóstico.
Aborto por causa
de feto anencefálico
Sobre a gravidez em que o feto é
considerado sem cérebro, muitos cristãos são a favor desse tipo de aborto
porque a criança já nasceria morta ou teria pouquíssimo tempo de vida assim que
nascesse. Olhando por esse lado, interromper a gestação é aceitável. Mas, da
mesma forma que Jesus pode fazer o milagre de salvar uma grávida em risco de
morte, Ele pode fazer o mesmo com a criança. Então, a família precisa buscar a
orientação do Senhor e, então, tomar a decisão de manter ou não aquela gestação
até o fim.
Agora, pode ser que você se
pergunte: “O mesmo vale para os casos em que os médicos constatam que o filho
nascerá com alguma deficiência física ou mental?” Não! A palavra de Deus nos
ensina que toda a vida é sagrada e pertence a Deus, mesmo a dos portadores de
necessidades especiais. Veja o que está escrito:
“Disse-lhe o Senhor: "Quem
deu boca ao homem? Quem o fez surdo ou mudo? Quem lhe concede vista ou o torna
cego? Não sou eu, o Senhor?” (Êxodo 4:11).
Aborto por causa
de estupro
E, por fim, vamos falar sobre os
casos em que a mulher engravidou após ser vítima de um estupro. Por mais
difícil e doloroso que seja para a mulher, ela não deve abortar. O movimento
feminista insiste que a mulher é dona do seu próprio corpo e que tem total
direito sobre ele. Isso lhe daria total direito ao aborto, principalmente, no
caso de um estupro. Mas nós, cristãos, sabemos que o corpo não pertence a nós.
O corpo e a vida são propriedades de Deus.
Mesmo na situação crítica de um
estupro, a mãe não tem o direito de assassinar a criança inocente que não tem
nenhuma culpa do que aconteceu. Em casos assim, o melhor caminho é continuar a
gravidez, cuidando desta mãe e, se no nascimento da criança ela não tiver
condições de cuidar deste filho, deve procurar o Conselho Tutelar, que
conseguirá uma família para ele. Você tem ideia do número de casais que estão
na fila da adoção, esperando para adotar um filho por não conseguirem ter? São
milhares!
Quantas pessoas vieram ao mundo
e nem sabem que foram geradas por estupro? Apenas nos Estados Unidos, a cada
dois minutos uma mulher é estuprada. Em Ruanda, durante a guerra, meio milhão
de mulheres foram vítimas de estupro. Calcula-se que nas zonas de guerra 5% a
8% das crianças que nascem são originadas de estupros. O que teria acontecido
se elas tivessem sido privadas de nascer e você fosse descendente de uma delas?
Considerando que todos nós temos atrás de nós uma enorme árvore genealógica,
qual de nós pode afirmar com certeza que não é filho, neto ou
tataraneto de um estuprador? Se uma ancestral minha ou sua estivesse em um
navio abordado por piratas há alguns séculos eu e você seríamos tataranetos de
um estuprador. Considerando que não eram só piratas que faziam isso, mas em
todas as civilizações, em todas as épocas isso acontecia com frequência, é
difícil dizer quem é descendente de um estupro e quem não é.
Tem muita gente que lida muito bem com o fato de ser filho ou filha de um
estuprador. Rebecca Kiessling não
apenas é filha de um estuprador, como é contra o aborto em caso de estupro. E
como poderia ser diferente? Se a mãe dela, estuprada com uma faca encostada no
corpo, decidisse não seguir adiante com a gravidez ela não teria nascido. Veja
o que ela escreve em seu site:
Todos nós já ouvimos alguém dizer: "Sou contra o aborto exceto em casos de
estupro..." ou "A mãe deve decidir, principalmente em casos de
estupro..." Você já chegou a considerar o insulto que é dizer a alguém
"Acho que sua mãe devia ter abortado você"? É como dizer "Por
mim você estaria morta".
E é isso que ouço todas as vezes que alguém diz que é a favor do aborto em caso
de estupro, porque eu sou uma que teria sido abortada se a lei do estado de
Michigan permitisse o aborto quando eu ainda era um feto. Posso garantir a você
que ouvir essas coisas me faz mal.
Mas eu sei que a maioria das pessoas nunca pensam em um ser humano real quando
tratam da questão do aborto. Elas falam do aborto como se não passasse de um
conceito. Dão sua opinião, deixam o assunto de lado e logo se esqueceram. Eu
realmente espero que, por ter sido gerada de um estupro, eu possa ajudar a dar
um rosto e uma voz à questão do aborto.
E quem já cometeu um aborto no passado? Será que quem fez isso ou ajudou alguém a abortar, tem o perdão de Deus? É claro que sim. Deus perdoa todos os pecados de quem se arrepende, inclusive o aborto, “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não cometemos pecado, fazemos dele um mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” (1 João 1:8-10).
Se você sente
culpa porque abortou de propósito, ajudou ou pressionou alguém a abortar, peça
perdão nesse momento e Deus te perdoará. Aborto é pecado, mas Deus te ama muito,
Ele tem um plano para sua vida.
Os debates dos que são pró aborto só pode ser promovidos
porque 100% dos que apoiam o aborto já nasceram! Diga NÂO ao aborto!
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